Na paisagem gélida da Islândia, a menina Halla, de apenas onze anos de idade, busca compreender os sentimentos que surgem com o falecimento de sua irmã Sigridur. Vivendo a divisão permanente das “crianças espelhos”, Halla nos guia por impressões de transitoriedade e perda a partir do seu ponto de vista infantil e, por isso mesmo, cheio de uma simplicidade profundamente poética. O sofrimento do luto, a solidão e a violenta frieza da mãe se misturam com a paisagem inóspita da Terra do Gelo e, somados à narração lírica e melancólica de Valter Hugo Mãe, em que o desamparo dos personagens é superado por uma compreensão sublime e bela de sua condição, transformam esta obra em um primor da literatura contemporânea.
A desumanização se passa na paisagem inóspita dos fiordes islandeses e surpreende o leitor ao ser narrado por uma menina de 11 anos que nos conta, de maneira muito especial, o que lhe resta depois da morte da irmã gêmea.