À semelhança de A Origem, o romance anterior da autora, esta é uma história de espaços sombrios em cujas personagens mergulhamos inevitável e profundamente seguindo-lhes os desígnios da existência, compreendendo a linha ténue que por vezes as separa da loucura. Povoada de almas complicadas, ambientes densos e apaixonados, a prosa de Graça Pina de Morais tem o dom de não se repetir. Cada livro seu é único. Publicado pela primeira vez em 1969, Jerónimo e Eulália mereceu nesse ano o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências - considerada a melhor obra de ficção do ano - e o Grande Prémio Nacional de Novelística.
Graça Pina de Morais é das escritoras mais subvalorizadas. Escreveu pouco. E o que escreveu, escreveu bem. Este romance, trágico e doce, é disso exemplo.