Paris é uma Festa encontra-se na linha da melhor tradição de Hemingway. A visão a um tempo lúcida e desencantada da vida, ombreando paradoxalmente com a confiança e a plenitude dos anos de criação, o retrato objetivo de muitos dos grandes escritores da nossa época que, como ele, respiravam no ar de Paris o melhor estímulo de aprendizagem e formação, a evocação dessa cidade incomparável, com os seus bistros, os seus velhos castanheiros, os cais, os boulevards, as pontes, imprimem a Paris é uma Festa um lirismo saudoso e pungentemente dramático. Aí encontramos o jovem Hem, no começo de uma carreira que se ignorava se terminaria na ignomínia ou na glória. Aí o encontramos, de algibeiras vazias e a cabeça povoada de sonhos, atento aos mais simples prazeres da vida. Aí o encontramos, ainda moço e rebelde, pronto a invadir o mundo e a sacudi-lo com os abalos da sua rebeldia genial.